quarta-feira, 12 de junho de 2013

interlocutores


Fica sempre uma dúvida sobre o que fazer quando verificamos que não cabe no orçamento tudo o que necessitamos, minha tendência é colocar nas costas um monte de tarefas e seguir adiante, aqui vem a lista de pessoas com as quais eu conversei, contei, deveria contar, umas foram sendo cortadas por passarem orçamentos muito além da nossa realidade, outras foram sondadas, uma rede de conversas que foi levando o trabalho para frente.

artista [projeto, acompanhamento de produção, acompanhamento de compras, acompanhamento de construção de estrutura, acompanhamento de colocação de gramado, documentação fotográfica de todo o processo]





assistente de artista: não houve verba

agrônomo [consultoria, coordenação de paisagismo, equipe de montagem de paisagismo, manutenção durante a montagem de paisagismo, ensino de manutenção à equipe do museu]

Ainda na fase de concepcão do projeto, falei com a Eliane Bourckhardt, responsável pela manutenção dos jardins formais do Museu do Açude, que me passou uma série de possíveis fornecedores para que eu fizesse orçamentos. 

Também conversei com a Tarcila de Paiva, representante de um sistema de ecopavimento.

Finalmente entrei em contato com o Eduardo Costa, agrônomo, colaborador do projeto da Passarela do Eduardo Coimbra no Museu do Açude, da Gávea Ambiental.

produtora [coordenação de produção, assistencia de produção, pagamento de materiais, profissionais e serviços envolvidos]

O sistema de edital e licitação publica escolheu o produtor Javier Rubin, da Souza & Rubin.

redeiro [pescador tecelão da rede] 1o contato: Nonato posto 6

serralheiro [equipe de montagem da estrutura, transporte de materiais, serralheiro acabamento de cantoneiras em forma de speck, aluguel de andaimes até 10 metros e desmontagem] 1o contato: Dorival Dantas, mas já no primeiro orçamento pedido para construção da bancada, cujo valor foi além do nosso orçamento, inviabilizando a sua contratação.

Durante o encontro com o produtor e o agrônomo conversamos com o Luiz Antônio, um geólogo, da firma de engenharia que estava visitando o Museu do Açude para analisar o muro do platô e fazer um orçamento para a licitação da obra de contenção. Ele sugeriu a utilização de tela de contenção como base para o crescimento do gramado vertical, mas achei que perderia o trabalho da gravidade e correria o risco de ter um esqueleto aparente caso houvesse um trabalho dela sobre o gramado vertical. Também conversamos sobre a construção de sapatas que foram programadas para acontecer paralelamente à obra de contenção. No entanto a obra de contenção não aconteceu ainda - outras firmas foram chamadas para licitação e nosso ritmo foi ultrapassando os passos da obra.

Numa viagem à Inglaterra em fevereiro de 2013 conversei com o arquiteto Thomas Deckker, que me passou alguns contatos de redes em aço inox, não tive tempo de buscar o material por lá, mas logo vi que havia representantes por aqui. Fiquei muito feliz com a possibilidade de trabalhar com um material que pudesse ser reutilizado, mas no início de abril, quando veio o orçamento tomei um susto.

Fui mostrar o meu projeto para o artista Eduardo Coimbra que me contou um pouco sobre a sua experiência na contrução da obra Passarela no Museu do Açude. A obra do Eduardo Coimbra faz parte do Espaço de Instalações permanentes, e foi realizada através do Edital Arte e Patrimônio e também contou com uma série de colaboradores entre, agrônomo, arquiteto, engenheiro, serralheiro e a equipe do próprio artista. Eduardo me sugeriu conversar com um arquiteto e me indicou o Glauco Noguchi.

Conversei com o arquiteto Glauco Noguchi em minha casa, mostrei as fotos e o projeto e ele falou da necessidade de colocar um dreno próximo à sapata, disse temer mais um estrago na base do gramado do que na parte superior, mas ele me sugeriu que procurasse um engenheiro, achou necessário um cálculo estrutural devido o uso de cabos de aço, e me passou o contato do Fernando Fontenelle.

engenheiro Fernando Fontenelle me recebeu no seu escritório, mostrei meus desenhos e o projeto para o processo construtivo. Ele disse que não havia mistério, que cobraria apenas o custo de um desenho - cujo valor também inviabilizaria sua contratação.

Procurei então o meu amigo o arquiteto Silvio Oksman, que logo me disse adorar desafios. Marcamos uma conversa em São Paulo, já que eu estava indo à SP Arte naquela ocasião. Mostrei um pouco do que estava pensando, deixei de dar notícia por um tempo devido o meu envolvimento com a contrução efetiva da manta gramada, mas depois escrevi novamente, precisava de interlocutor, fui contando sobre o andamento e finalmente tomei a coragem necessária para convidá-lo a participar no projeto como consultor. 

Denise Grinspum me falou da possibilidade de publicação de um texto crítico no folder que acompanhará a exposição. Comentei com a escritora e pesquisadora de arte contemporânea Cecilia Cotrim, que vem acompahando meu trabalho há algum tempo e ela aceitou o convite. Esse blog é também uma maneira de abrir um canal de comunicação com ela enquanto o trabalhao vem sendo construído, e depois da abertura da exposição, com quem mais se interessar por saber sobre o processo de construção do trabalho.



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