oi denise e paulo,
sejam bem vindos ao blog - diário de bordo do projeto.
ele ainda está fechado, por enquanto ainda fica entre a gente, mas penso em editar um pouco a abri-lo junto com a exposição.
abraços,
t.
intervenção nos jardins formais//projetos temporários//espaço de instalações//museu do açude
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
terça-feira, 20 de agosto de 2013
domingo, 18 de agosto de 2013
+ uma versão
manta-intervalo
a máquina de fugas criada por tatiana grinberg no
jardim de um casarão neocolonial nas bordas da floresta da tijuca faz deslizar
temporalidades. movimenta rastros de corpos e outras intensidades,
ativando enervações dentro/fora. a operação desloca progressivamente as
coordenadas, retraçando pensamentos e percursos. leva a
pensar as coisas em termos de tramas e não-tramas, por dentro e por fora da
carne que recobre o mundo. [atravesso a manta, respiro, sinto seu calor, a
grama espeta minha pele. linhas repuxam meu corpo para a terra. vol d’oiseau. a grama, o cobertor de
feltro, a floresta da tijuca, as ondas da estrada das canoas, da casa de
niemeyer. o mar. já sinto certa tonteira, perturbações de labirinto, e que
ressoam aqui bem alto, na curva do abdômem. percorro trajetos imaginários
através da mata, seguindo outras linhas, planos, mapas. ao mesmo tempo, é
como se fosse preciso focar tudo mais de perto, refinar o sismógrafo,
pois há micropercepções envolvidas –
em torno de gestos mínimos, e de outros, mais amplos. abrir-se ao sítio
e às lateralidades: o sabor exato das framboesas silvestres, a água fria da
fonte, o patchwork de azulejos e limos no meio da mata, a coleção de quinquilharias.
o tear inventado no barracão.
no jardim do museu, um gramado será suspenso,
içado em direção à floresta. surpresas serão geradas aí – no campo da
percepção, e dos usos, dos costumes.... durante longo tempo apenas sabia dizer que,
desde maio, havia grama brotando pelos poros de uma manta de feltro [manta
daquelas que recobrem tantos corpos nas madrugadas geladas]. às vezes,
entretanto, tudo vem junto: a grama, a manta, os cortes na terra nua, as
fendas, refendas, lâminas, anéis, estacas, o tear, os fios, a trama de metal
redesenhando o verde, estendendo o território do museu. e mais
os desenhos que fogem para a mata
traços se confundem com trajetos/projetos/processos.
probjetos? explorando a membrana de contato com o mundo, aí nesse mergulho
nas profundezas da imanência, a obra irá testar um território gerado
pelo deslocamento gramado-manta, atravessando com novas linhas e afetos a
vivência de um jardim, movendo espaços, prometendo enfim transformar a
configuração de cada um dos encontros. [lembro de matta clark, que gostava
de pensar o quanto o desenho das coisas à nossa volta, a cidade, a
arquitetura enfim, transforma-se com nossos gestos, como ao usar um lugar
qualquer na rua para amarrar os cordões do sapato: uma interrupção nos seus próprios movimentos
cotidianos, que torna ridícula e absurda a ideia de função…. [imagino
como uma tarefa de puro deleite investigar o uso, os possíveis usos dessa
coberta que, ao propor um outro avesso, transforma o solo, perturbando todo o
esforço de regularidade do platô ajardinado – tentativa de ordenação de um
pátio que para sempre estará em mutação, em tensão dinâmica com a potência
de mestiçagem da mata atlântica.... [passar pelo platô, pelas árvores mestras da
operação, descobrir a trama, o jogo de forças que atravessa corpos/espaços.
paralelas/infinito
seguir o caminho de terra, desbarrancado com as chuvas
do outono e, depois, sentar no sofá de azulejos diante da fonte..... pausa em
uma trilha que repete toda a tendência diagonal do sítio…. até a nascente.
dali, daquela sombra fresca, admirar os desenhos em fuga pela floresta
a intervenção no museu do açude 'escolhe' o momento transitório desse
jardim, entrelaçando estratos de memória e reinventando, com essa fuga em
diagonal, as fronteiras com a floresta. novas tramas, linhas, arranjos surgem
aí, tornando mais complexa a conversa nesse intervalo, enfatizando enfim o
aspecto misto desse território. pitoresco? o jardim do açude, suscetível à
floresta, a seu poder de polinização, de mutação, é um campo pitoresco, em
elipse. [em um passeio pelo sítio, encontramos uma curiosa manifestação dessa
aceleração mestiça: um cercado de bromélias invadido por flores coloridas,
atravessado por avencas e samambaias da mata.
...como a oitava pode ser substituída
por "escalas não oitavantes" se reproduzindo a partir de um princípio
em espiral; como a textura pode ser trabalhada de maneira a perder seus valores
fixos e homogêneos para devir um suporte de deslizamentos no tempo, de deslocamentos
nos intervalos, de transformações som/arte comparáveis àquelas op/arte...
essas
palavras de deleuze e guattari parecem adequadas para propor, da capo, a
retomada da experiência com a obra de tatiana grinberg: mudar junto com as
gramas, o solo, os traços, as tramas e cerzidos, ao vivo.
sábado, 17 de agosto de 2013
mais mudanças no texto-manta
manta-intervalo
a máquina de fugas criada por tatiana grinberg no
jardim de um casarão neocolonial nas bordas da floresta da tijuca faz deslizar
temporalidades. movimenta rastros de corpos e outras intensidades,
ativando enervações dentro/fora. a operação desloca progressivamente as
coordenadas, retraçando pensamentos e percursos. leva a
pensar as coisas em termos de tramas e não-tramas, por dentro e por fora da
carne que recobre o mundo. [atravesso a manta, respiro, sinto seu calor, a
grama espeta minha pele. linhas repuxam meu corpo para a terra. vol d’oiseau. a grama, o cobertor de
feltro, a floresta da tijuca, as ondas da estrada das canoas, da casa de
niemeyer. o mar. já sinto certa tonteira, perturbações de labirinto, e que
ressoam aqui bem alto, na curva do abdômem. percorro trajetos imaginários
através da mata, seguindo outras linhas, planos, mapas. ao mesmo tempo, é
como se fosse preciso focar tudo mais de perto, refinar o sismógrafo,
pois há micropercepções envolvidas –
em torno de gestos mínimos, e de outros, mais amplos. abrir-se ao sítio
e às lateralidades: o sabor exato das framboesas silvestres, a água fria da
fonte, o patchwork de azulejos e limos no meio da mata, a coleção de
quinquilharias. o tear inventado no barracão.
no jardim do museu, um gramado será suspenso,
içado em direção à floresta. surpresas serão geradas aí – no campo da
percepção, e dos usos, dos costumes.... durante longo tempo apenas sabia dizer que,
desde maio, havia grama brotando pelos poros de uma manta de feltro [manta
daquelas que recobrem tantos corpos nas madrugadas geladas]. às vezes,
entretanto, tudo vem junto: a grama, a manta, os cortes na terra nua, as
fendas, refendas, lâminas, anéis, estacas, o tear, os fios, a trama de metal
redesenhando o verde, estendendo o território do museu. e mais
os desenhos que fogem para a mata
traços se confundem com
trajetos/projetos/processos. probjetos? explorando a membrana de contato com o
mundo, aí nesse mergulho nas profundezas da imanência, a obra irá
testar um território gerado pelo deslocamento gramado-manta,
atravessando com novas linhas e afetos a vivência de um jardim, movendo
espaços, prometendo enfim transformar a configuração de cada um dos
encontros. [lembro de matta clark, que gostava de pensar o quanto o desenho
das coisas à nossa volta, a cidade, a arquitetura enfim,
transforma-se com nossos gestos, como ao usar um lugar qualquer na rua
para amarrar os cordões do sapato: uma simples interrupção no movimento do dia a dia, que torna absurda a dimensão funcional…. [imagino
como uma tarefa de puro deleite investigar o uso, os possíveis usos dessa
coberta que, ao propor um outro avesso, transforma o solo, perturbando todo o
esforço de regularidade do platô ajardinado – tentativa de ordenação de um
pátio que para sempre estará em mutação, em tensão dinâmica com a potência
de mestiçagem da mata atlântica.... [passar pelo platô, pelas árvores mestras da
operação, descobrir a trama, o jogo de forças que atravessa corpos/espaços.
paralelas/infinito
seguir o caminho de terra, desbarrancado com as chuvas
do outono e, depois, sentar no sofá de azulejos diante da fonte..... pausa em
uma trilha que repete toda a tendência diagonal do sítio…. até a nascente.
dali, daquela sombra fresca, admirar os desenhos em fuga pela floresta
a intervenção no museu do açude 'escolhe' o momento transitório desse
jardim, entrelaçando estratos de memória e reinventando, com essa fuga em
diagonal, as fronteiras com a floresta. novas tramas, linhas, arranjos surgem
aí, tornando mais complexa a conversa nesse intervalo, enfatizando enfim o
aspecto misto desse território. pitoresco? o jardim do açude, suscetível à
floresta, a seu poder de polinização, de mutação, é um campo pitoresco, em
elipse. [em um passeio pelo sítio, encontramos uma curiosa manifestação dessa
aceleração mestiça: um cercado de bromélias invadido por flores coloridas,
atravessado por avencas e samambaias da mata.
...como a oitava pode ser substituída
por "escalas não oitavantes" se reproduzindo a partir de um princípio
em espiral; como a textura pode ser trabalhada de maneira a perder seus valores
fixos e homogêneos para devir um suporte de deslizamentos no tempo, de deslocamentos
nos intervalos, de transformações som/arte comparáveis àquelas op/arte...
essas
palavras de deleuze e guattari parecem adequadas para propor, da capo, a
retomada da experiência com a obra de tatiana grinberg: mudar junto com as
gramas, o solo, os traços, as tramas e cerzidos, ao vivo.
ainda no jogo c as palavras
manta-intervalo
a máquina de fugas criada por tatiana
grinberg no jardim de um casarão neocolonial nas bordas da floresta da tijuca
faz deslizar temporalidades. movimenta rastros de corpos e outras
intensidades, ativando enervações dentro/fora. a operação desloca
progressivamente as coordenadas, retraçando pensamentos e percursos. leva a pensar as coisas em termos de tramas e não-tramas, por dentro e
por fora da carne que recobre o mundo. [atravesso a manta, respiro, sinto
seu calor, a grama espeta minha pele. linhas repuxam meu corpo para a terra. vol d’oiseau. a grama, o cobertor de
feltro, a floresta da tijuca, as ondas da estrada das canoas, da casa de
niemeyer. o mar. já sinto certa tonteira, perturbações de labirinto, e que
ressoam aqui bem alto, na curva do abdômem. percorro trajetos imaginários
através da mata, seguindo outras linhas, planos, mapas. ao mesmo tempo, é
como se fosse preciso focar tudo mais de perto, refinar o sismógrafo,
pois há micropercepções envolvidas – em torno de gestos mínimos, e de outros, mais amplos. abrir-se
ao sítio e às lateralidades: o sabor exato das framboesas silvestres, a água
fria da fonte, o patchwork de azulejos e limos no meio da mata, a coleção de
quinquilharias. o tear inventado no barracão.
no jardim do museu, um gramado
será suspenso, içado em direção à floresta. surpresas serão geradas
aí – no campo da percepção, e dos usos, dos costumes.... durante longo tempo apenas
sabia dizer que, desde maio, havia grama brotando pelos poros de uma
manta de feltro [manta daquelas que recobrem tantos corpos nas madrugadas
geladas]. às vezes, entretanto, tudo vem junto: a grama, a manta, os cortes na
terra nua, as fendas, refendas, lâminas, anéis, estacas, o tear, os fios, a
trama de metal redesenhando o verde, extendendo o território do museu. e mais
os desenhos que fogem para a mata
traços
se confundem com trajetos/projetos/processos. probjetos? explorando a membrana de contato com o
mundo, aí nesse mergulho nas profundezas da imanência, a obra irá
testar um território gerado pelo deslocamento gramado-manta,
atravessando com novas linhas e afetos a vivência de um jardim, movendo
espaços, prometendo enfim transformar a configuração de cada um dos
encontros. [lembro de matta
clark, que gostava de pensar o quanto o desenho das coisas à
nossa volta, a cidade, a arquitetura enfim, transforma-se com nossos
gestos, como ao usar um lugar qualquer na rua para amarrar os cordões
do sapato: uma
simples interrupção no movimento do dia a dia, que torna absurda a dimensão funcional…. imagino
como uma tarefa de puro deleite investigar o uso, os possíveis usos dessa
coberta que, ao propor um outro avesso, transforma o solo, perturbando todo o
esforço de regularidade do platô ajardinado – tentativa de ordenação de um
pátio que para sempre estará em mutação, em tensão dinâmica com a potência
de mestiçagem da mata atlântica.... [passar pelo platô, pelas árvores mestras da
operação, descobrir a trama, o jogo de forças que atravessa corpos/espaços.
paralelas/infinito seguir
o caminho de terra, desbarrancado com as chuvas do outono e, depois, sentar no
sofá de azulejos diante da fonte..... pausa em uma trilha que repete toda a
tendência diagonal do sítio…. até a nascente. dali, daquela sombra fresca,
admirar os desenhos em fuga pela floresta
a intervenção no museu do açude 'escolhe' o momento
transitório desse jardim, entrelaçando estratos de memória e reinventando, com
essa fuga em diagonal, suas fronteiras com a floresta. novas tramas, linhas,
arranjos surgem aí, tornando mais complexa a conversa nesse intervalo,
enfatizando enfim o aspecto misto desse território. pitoresco? [o jardim do açude, suscetível à floresta,
a seu poder de polinização, de mutação, é um campo pitoresco, em elipse. em um
passeio pelo sítio, encontramos uma curiosa manifestação dessa aceleração mestiça:
um cercado de bromélias invadido por flores coloridas, atravessado por avencas e
samambaias da mata.
...como a oitava pode ser
substituída por "escalas não oitavantes" se reproduzindo a partir de
um princípio em espiral; como a textura pode ser trabalhada de maneira a perder
seus valores fixos e homogêneos para devir um suporte de deslizamentos no
tempo, de deslocamentos nos intervalos, de transformações som/arte comparáveis
àquelas op/arte...
essas palavras de deleuze e guattari parecem adequadas para
propor, da capo, a retomada da experiência com a obra de tatiana grinberg:
mudar junto com as gramas, o solo, os traços, as tramas e cerzidos, ao vivo.
cecilia cotrim, julho/agosto de 2013.
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
a trama da escrita/reescrita, essa foi a última versão do dia, estou tendo dificuldades com as pausas, os espaços
manta-intervalo
entre o jardim e a floresta, a grama, o limo,
o azulejo. fora, e dentro. entre o agora, e outras linhas
a máquina de fugas criada por tatiana grinberg no jardim de um casarão
nas bordas da floresta da tijuca faz deslizar temporalidades. movimenta rastros de
corpos e de outras intensidades, ativando enervações dentro/fora. a operação
desloca progressivamente as coordenadas, retraçando pensamentos e percursos. leva a
pensar as coisas em termos de tramas e não-tramas, por dentro e por fora da
carne que recobre o mundo. [atravesso a manta, respiro, sinto seu calor, a
grama espeta minha pele. linhas repuxam meu corpo para o solo. vol d’oiseau. a grama, o cobertor de
feltro, a floresta da tijuca, as ondas da estrada das canoas, da casa de niemeyer.
o mar. já sinto certa tonteira, perturbações de labirinto, e que ressoam aqui
bem alto, na curva do abdômem. percorro trajetos imaginários através da mata,
seguindo outras linhas, planos, mapas. ao mesmo tempo, é como se fosse
preciso focar tudo mais de perto, refinar o sismógrafo, pois há
micropercepções envolvidas, em torno de gestos mínimos, e de outros, mais
amplos. o sabor exato das framboesas silvestres, a água fria da fonte, o
patchwork de azulejos e limos no meio da mata, a coleção de quinquilharias. o
tear inventado no barracão – extensão do território do museu].
mas no jardim, um gramado será suspenso, içado em direção à
floresta. surpresas serão geradas aí – no campo da percepção, e também no
campo dos usos, dos costumes.... e
apenas sei dizer que há, desde maio, grama brotando pelos poros de
uma manta de feltro [manta daquelas que recobrem tantos corpos nas
madrugadas geladas]. às vezes, entretanto, tudo vem junto: a manta, os cortes
na terra nua, as fendas, refendas, lâminas, anéis, estacas, os fios, a trama de
metal redesenhando o verde. e mais os desenhos que fogem para a mata
traços se confundem com trajetos/projetos/processos. probjetos? explorando
a membrana de contato com o mundo, aí nesse mergulho nas profundezas da
imanência, a obra irá testar um território gerado pela expansão do
gramado-manta, atravessando com novas linhas e afetos a vivência de um
jardim, movendo espaços, prometendo enfim transformar a configuração de cada um
dos encontros. [lembro de matta clark, que
gostava de pensar o quanto o desenho das coisas à nossa volta, a
cidade, a arquitetura enfim, transforma-se com nossos gestos, como ao usar
um hidrante para apoiar o pé enquanto amarramos os cordões do sapato,
no meio da rua.... e imagino como uma tarefa de puro deleite
investigar o uso, os possíveis usos dessa coberta que, ao propor um outro
avesso, transforma o solo, perturbando todo o esforço de regularidade do
platô ajardinado – tentativa de ordenação de um lugar que para sempre estará em
mutação, em tensão dinâmica com a potência de mestiçagem da mata
atlântica.... passar
pelo platô, pelas árvores mestras da operação, descobrir a trama, o jogo de
forças que atravessa corpos/espaços. paralelas/infinito depois,
sentar no sofá de azulejos diante da fonte..... pausa numa trilha que repete
toda a tendência diagonal do sítio…. até a nascente. dali, daquela sombra
fresca, admirar os desenhos em fuga pela floresta
a intervenção no museu do açude 'escolhe' o momento transitório desse
jardim, entrelaçando estratos de memória e reinventando, com essa fuga em
diagonal, suas fronteiras com a floresta. novas tramas, linhas, arranjos surgem
aí, tornando mais complexa a conversa nesse intervalo, enfatizando enfim o
aspecto misto desse território. pitoresco? [o jardim do açude, suscetível à floresta,
a seu poder de polinização, de mutação, é um campo pitoresco, em elipse.
encontramos um belo exemplo dessa mestiçagem em um cercado de bromélias,
totalmente invadido por flores e samambaias da mata.
...como a oitava pode ser substituída por
"escalas não oitavantes" se reproduzindo a partir de um princípio em
espiral; como a textura pode ser trabalhada de maneira a perder seus valores
fixos e homogêneos para devir um suporte de deslizamentos no tempo, de
deslocamentos nos intervalos, de transformações som/arte comparáveis àquelas
op/arte...
essas
palavras de deleuze e guattari parecem adequadas para propor, da capo, a retomada
da experiência com a obra: mudar junto com as gramas, os traços, as tramas e
cerzidos, ao vivo.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
depois da visita/algumas mudanças no texto
manta-intervalo
entre o jardim e a floresta, a grama, o limo, o azulejo. fora, e
dentro. entre o agora, e outras linhas
a máquina de fugas criada por tatiana grinberg no jardim de um casarão
nas bordas da floresta da tijuca faz deslizar temporalidades. movimenta rastros de corpos e de outras intensidades, ativando
enervações dentro/fora. a operação desloca progressivamente as coordenadas,
retraçando pensamentos e percursos. leva a pensar as
coisas em termos de tramas e não-tramas, por dentro e por fora da carne que
recobre o mundo. [atravesso a manta, respiro, sinto seu calor, a grama
espeta minha pele. linhas repuxam meu corpo para o solo, mas posso voar pela
floresta. vol d’oiseau. a grama, o
cobertor de feltro, a floresta da tijuca, as ondas da estrada das canoas, da casa
de niemeyer. o mar. já sinto certa tonteira, perturbações de labirinto, e que
ressoam aqui bem alto, na curva do abdômem. percorro trajetos imaginários
através da mata, seguindo outras linhas, planos, mapas. ao mesmo tempo, é
como se fosse preciso focar tudo mais de perto, refinar o sismógrafo,
pois há micropercepções envolvidas, em torno de gestos mínimos, e de outros,
mais amplos. o sabor exato das framboesas silvestres, a água fria da fonte, o patchwork de azulejos no meio da mata, a
coleção de quinquilharias].
mas um gramado será suspenso, içado em direção à floresta. surpresas
serão geradas aí – no campo da percepção, e também no campo dos usos,
dos costumes.... e apenas sei
dizer que há, desde maio, grama brotando através dos poros de uma manta
de feltro [manta daquelas que recobrem tantos corpos nas madrugadas
geladas]. às vezes, entretanto, tudo vem junto: os cortes na terra nua, as
fendas, refendas, lâminas, anéis, estacas, os fios, a trama de metal redesenhando o verde. e mais
os desenhos que fogem para a mata, cujo devir concreto, será, de
certo modo, até durável…. traços
se confundem com trajetos/projetos/processos. probjetos? explorando a membrana de contato com o mundo, aí nesse mergulho
nas profundezas da imanência, a obra irá testar um território gerado
pela expansão do gramado-manta, atravessando com novas linhas e afetos a
vivência de um jardim, movendo espaços, prometendo enfim transformar a
configuração de cada um dos encontros. lembro de matta clark, que gostava de pensar que
o desenho das coisas à nossa volta, a cidade, a arquitetura enfim,
transforma-se com nossos gestos, como quando usamos um hidrante para
apoiar o pé enquanto amarramos os cordões do sapato, no meio da
rua....
imagino como uma tarefa de puro deleite investigar o uso, os
possíveis usos dessa coberta que, ao propor um outro avesso, transforma o solo,
perturbando todo o esforço de regularidade do platô ajardinado – tentativa
de ordenação de um lugar que para sempre estará em mutação, em tensão
dinâmica com a potência de mestiçagem da mata atlântica.... [passar pelo platô, pelas
árvores mestras da operação, descobrir a trama, estar aberta ao jogo de forças
que irá atravessar o corpo/espaço. paralelas/infinito
depois, sentar no sofá de azulejos diante da fonte..... pausa numa
trilha que repete toda a tendência diagonal do sítio…. até a nascente.
dali, daquela sombra fresca, admirar os desenhos em fuga pela floresta
a intervenção no museu do açude 'escolhe' o momento transitório desse
jardim, entrelaçando estratos de memória e reinventando, com essa fuga em diagonal, suas fronteiras com a
floresta. novas tramas, linhas, arranjos surgem aí, tornando mais complexa a
conversa nesse intervalo, enfatizando enfim o aspecto misto e transitório desse
território.
pitoresco? [o jardim do açude, suscetível à floresta, a seu poder de
polinização, de mutação, é um campo pitoresco, em elipse.]
...como a oitava pode ser
substituída por "escalas não oitavantes" se reproduzindo a partir de
um princípio em espiral; como a textura pode ser trabalhada de maneira a perder
seus valores fixos e homogêneos para devir um suporte de deslizamentos no
tempo, de deslocamentos nos intervalos, de transformações som/arte comparáveis
àquelas op/arte...
essas
palavras de deleuze e guattari parecem adequadas para propor, da capo, a
retomada da experiência com a obra: mudar junto com as gramas, os traços, as
tramas e cerzidos, ao vivo.
domingo, 11 de agosto de 2013
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